década de 60

José Geraldo Vieira

> São Paulo, 1966

Assim, fiel a uma mensagem social e urbana, o artista se empolga pelos meios artesanais de defini-la em visualizações bastante dióptricas.

Observamos na atual exposição três fases da evolução de Aldir Mendes de Souza. Em todas elas há a elaboração de uma consciência social com uma fatura neorrealista. De fato, os temas são de “outdoor”, testemunhando aspectos do mundo e da vida: o cafezal, o transeunte, o eletricista, o mendigo, a fábrica, etc. Mas se a analogia, a geodésica, a urbana, a vivencial, se alternam, a maneira pictórica de fazê-las sobressair melhora muito desde 62 para cá.

Na primeira fase havia o emprego do material ecológico. Na segunda, a utilização de colagens de efeito cromático por sobre plasmas e magmas de aspecto difuso e resinoso. Já na última a montagem sobre áreas claras cria e resolve inclusive problemas também gráficos, em que o relevo desempenha função estereoscópica.

Assim, fiel a uma mensagem social e urbana, o artista se empolga pelos meios artesanais de defini-la em visualizações bastante dióptricas.

José Geraldo Vieira
São Paulo, 1966

Texto originalmente publicado no catálogo da exposição de Aldir Mendes de Souza na galeria Artécnica, em São Paulo, em março de 1966
Mario Schenberg

> São Paulo, 1966

Diplomado em 1964 pela Faculdade Paulista de Medicina e estagiário no Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital das Clínicas, Aldir jamais conseguiu deixar a pintura, desde os tempos de menino, quando o lápis de cor e a aquarela eram sua principal distração.

Mario Schenberg para o Diário Popular, 10 de março de 1966

Mario Schenberg

> São Paulo, 1966

Aldir Mendes de Souza surgiu em 1965 como uma das figuras mais interessantes do novo movimento artístico paulistano.

O período atual das artes plásticas se caracteriza pela variedade e liberdade quase incrível das pesquisas, estimuladas pela vontade de construir uma nova arte ligada aos problemas da vida individual e coletiva dos homens. O contraste com o esteticismo do período abstracionista precedente é total, se bem que as conquistas plásticas e colorísticas então realizadas continuem utilizadas nas obras atuais, com finalidades bem diferentes.

Aldir Mendes de Souza surgiu em 1965 como uma das figuras mais interessantes do novo movimento artístico paulistano. Suas construções pintadas de paisagens/planos urbanos despertam logo a atenção dos meios culturais de vanguarda, pela sua originalidade e a sua poesia tão peculiar. Ele revelou logo um temperamento de pesquisador ousado e infatigável, tanto na procura de técnicas inusitadas como na de formas pessoais de expressão plástico-lírica.

Agora, Aldir inicia uma nova fase de pesquisas plásticas com uma temática ligada à astronáutica e à medicina espacial. A audácia dos seus trabalhos atuais é incomparavelmente maior que a das suas construções urbanas. Ele se baseia largamente nas suas vivências de médico e de pesquisador científico. Enquanto a poesia das construções urbanas se relacionava com experiências quotidianas de todos, a de seus trabalhos atuais provem da grande epopéia da conquista dos espaços interplanetários, que vai começando. A combinação do drama dos astronautas, com a fascinação dos problemas científicos, confere um sabor muito especial às obras atuais de Aldir, revelando um mundo real e fantástico extremamente sedutor. O seu grande tema dramático é a luta do organismo humano com as condições tão difíceis do espaço extraterreno.

Aldir emprega com maior desembaraço objetos e materiais vários em suas composições astronáuticas: tubos de borracha, máscaras de gesso plastificadas, fotografias radiográficas, tabelas, etc. O lirismo de seu temperamento se manifesta pelo colorido largamente subjetivista, até romântico. Ele dá sem dúvida uma contribuição valiosa para o desenvolvimento do realismo fantástico brasileiro, estabelecendo uma ponte entre as tendências populares e as realistas fantásticas ligadas à ficção científica.

Mario Schemberg
São Paulo, 1966

Diário de São Paulo

> São Paulo, 19/06/1966

O Jovem pintor Aldir Mendes de Souza, no II Encontro Universitário de Artes Plásticas… ganhou o primeiro lugar… com trabalhos que foram selecionados entre 130 por um júri formado pelos professores Mario Schemberg, Vilanova Artigas, Sergio Ferro e o pintor Vicente di Grado.

Diário de S. Paulo, 19 de junho de 1966

Folha de São Paulo

> São Paulo, 19/06/1966

Cerca de 30 trabalhos vão integrar a exposição que o Museu de Arte Brasileira da FFAP realizará depois de amanhã… Os quadros são de 10 jovens artistas, alguns deles, apesar da pouca idade, já participaram da Bienal, do Salão Paulista de Arte Moderna ou de exposições organizadas por outras entidades, como são os casos de José Roberto Aguilar, Aldir Mendes de Souza e Roberto Campadelo. Os demais são: Amarilis Rodrigues, Suita de Franco, Celso Arcangelo, Silvio Melcer Twurecki, João Parisi Filho, Sergio Sister e Antonio Peticov.

Folha de S. Paulo, 19 de junho de 1966

Revista REALIDADE

> São Paulo, Setembro de 1967

… em medicina, especializei-me no campo mais próximo da arte. E na ate, todo o meu trabalho reflete uma preocupação de ciência e pesquisa.

Revista Realidade, edição especial: A Juventude Brasileira Hoje. Setembro de 1967

Edição Especial: “A Juventude Brasileira Hoje” – Editora Abril.
não consta autor

> São Paulo, 19/06/1966

José Geraldo Vieira, o crítico, falou para toda essa gente, no Arena. A festa foi da Vanguarda Jovem.

A noite do café. Não consta autor ou veículo.

Veículo não consta.

João Marschner

> São Paulo, 1968

Pintor destrói obras da Bienal.

João Marschner, para o jornal O Estado de São Paulo, São Paulo, 1968.

Matéria publicada no jornal O Estado de São Paulo.